O cachorro na manjedoura | O Cavalo Descontente

O cachorro na manjedoura

Um cachorro estava dormindo em uma manjedoura cheia de feno. Quando os bois chegaram, cansados e com fome depois de um dia inteiro de trabalho no campo, o cachorro acordou. Acordou, mas não queria deixar que os bois se aproximassem da manjedoura e começou a rosnar e tentar morder seus focinhos, como se a manjedoura estivesse cheia de carne e ossos e essas delícias fossem só dele. Os bois olharam para o cachorro muito aborrecidos.

– Que egoísta! – disse um deles. – Ele nem gosta de comer feno! E nós, que comemos, e que estamos com tanta fome, ele não nos deixa chegar perto!

Nisso apareceu o fazendeiro. Ao ver o que o cachorro estava fazendo, pegou um pau e enxotou o cachorro do estábulo a pauladas por ser tão malcriado.

Moral da História:
Não prive os outros de que não pode desfrutar.

Do livro: Fábulas de Esopo – Companhia das Letrinhas


O Cavalo Descontente

Sempre podemos encontrar motivos para nos sentirmos descontentes, se quisermos. Podemos, também, encontrar argumentos para nos considerarmos afortunados por estarmos vivos. Tudo depende da maneira como cada um vê a existência.

Era uma vez um cavalo que, em pleno inverno, desejava o regresso da primavera. De fato, ainda que agora descansasse tranquilamente no estábulo, via-se obrigado a comer palha seca.

– Ah, como sinto saudades de comer a erva fresca que nasce na primavera! dizia o pobre animal.

A primavera chegou e o cavalo teve sua erva fresca, mas começou a trabalhar bastante porque era época da colheita.

– Quando chegará o verão? Já estou farto de passar o dia inteiro puxando o arado! lamentava-se o cavalo.

Chegou o verão, mas o trabalho aumentou e o calor tornou-se muito forte.

– Oh, o outono! Estou ansioso pela chegada do outono! dizia mais uma vez o cavalo, convencido de que naquela estação terminariam seus males.

Mas no outono teve que carregar lenha para que seu dono estivesse preparado para enfrentar o inverno. E o cavalo não parava de queixar-se e de sofrer.

Quando o inverno chegou novamente, e o cavalo pode finalmente descansar, compreendeu que tinha sido fantasioso tentar fugir do momento presente e refugiar-se na quimera do futuro. Esta não é a melhor forma de encarar a realidade da vida e do trabalho.

Moral da História:
É melhor descobrir o que a vida tem de bom momento a momento, vivendo o presente da melhor forma possível.


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