Saber Genial
Histórias sobre heróis são encontradas em todos os tempos e em todas as culturas porque é sobre esses personagens, que realizaram uma proeza muito acima do poder humano, que vale a pena escrever e contar sua história.
Há dois tipos de proezas: a proeza física, em que o herói pratica um ato de coragem, derrotando um inimigo feroz numa batalha, salvando uma vida ou protegendo seu povo. O outro tipo de proeza é a espiritual, onde o herói aprende a lidar com o nível superior da vida e retorna com um ensinamento ou uma mensagem.
O futuro herói parte numa jornada cheia de perigos e aventuras que ultrapassa a vida usual, para então recuperar algo que havia sido perdido, para descobrir algum conhecimento, e retornar vitorioso para o convívio de seus parentes e amigos.
Esse tipo de mito acompanha a humanidade há milênios, é um padrão de pensamento que todos nós temos em comum. É a idéia de que algo muito importante deve ser realizado e que essa realização necessita de grande coragem e que o resultado será a elevação da nossa vida e de nossa consciência.
No princípio de tudo, não havia a oposição entre mito e a realidade. Esse distanciamento entre o pensamento mítico e a realidade se inicia cerca de 2.500 anos atrás, entre os séculos oitavo e quarto antes de Cristo, quando surge uma nova forma de pensar devido em grande parte à criação da escrita.
Essa nova forma de pensar é o pensamento racional, chamado de logos pelos gregos. O pensamento racional logos tem um sentido prático, pragmático e científico. Se atém aos fatos e a realidade exterior, precisa ter eficiência. Logos portanto se opõe a mythos que era forma de pensar dominante até esse momento.
Um padeiro da época mais antiga, da era mythos, pedia ao deus do pão que o ajudasse a fazer bons pães. Esse padeiro seguiria a mesma receita de sempre: a receita tradicional passada de geração em geração. Seu sucesso em fazer um bom pão dependeria da bondade do deus do pão. Para ser merecedor dessa bondade e ter a simpatia do deus do pão o padeiro deveria fazer oferendas à esse deus.
O padeiro “racional” moderno, da era do logos, estuda a melhor forma de se fazer pães, testa diversos tipos de farinha, pesquisa o preparo do fermento, aperfeiçoando todas as etapas do fabrico do pão para chegar ao melhor resultado. Seu sucesso em fazer um bom pão depende da sua pesquisa e do seu esforço de modo que sua receita muda com o tempo, conforme ele vai pesquisando e aperfeiçoando o processo de produção.
Mais adiante, no século dezoito, quando começamos a dominar a ciência, já podíamos explicar racionalmente diversos fenômenos que antes pertenciam ao mundo da mitologia e da magia. A mitologia passou a ser considerada como algo ligado à ilusão e superstição.
No início do século vinte, Sigmund Freud, estudioso da psique humana e criador da psicanálise, explicou a relação dos mitos com nossa personalidade retomando a importância da mitologia em nossa vida.
Posteriormente outros estudiosos como Carl Jung e Joseph Campbell formularam teorias para explicar a ligação entre os mitos e a personalidade humana.
Agora, os mitos são importantes não para explicar a realidade externa mas sim o nosso inconsciente, nossa “realidade” interna.
Carl Jung definiu o termo Arquétipo como um conjunto de imagens primordiais em nosso imaginário.
O termo arquétipo vem do grego antigo: archein significa “original ou velho” e typos que significa “padrão, modelo ou tipo”. A junção dos dois tem o significado de “padrão original”. Seria como um molde que dá origem à todas as outras pessoas e conceitos que são semelhantes.
Esses arquétipos pertencem à toda humanidade, independente da cultura, religião ou da época. São imagens e histórias simbólicas que tratam das verdades do ser humano de todos os tempos
Seria mais ou menos assim: os mitos refletem personalidades que estão dentro de todos nós e por isso somos tão ligados a eles, mesmo que não tenhamos consciência disso.
A princípio, os heróis e heroínas são pessoas como todos nós, gostamos tanto deles porque nos identificamos com eles. Nos alegramos e entristecemos junto com eles.
Num dado momento eles passam a possuir qualidades extraordinárias que consideramos admiráveis fazendo que queiramos ser como eles.
Vemos através deles nossos desejos serem realizados, e a possibilidade de que tudo pode ser resolvido.
O fato do herói ter medos e fraquezas como todos nós, faz com que o herói continue humano mantendo assim nossa identificação.
Estávamos no ventre de nossa mãe, confortáveis, aquecidos e protegidos quando, de repente, fomos lançados a um mundo desconhecido. Não mais aquele mundo quentinho, seguro e aquático. Vivíamos no líquido amniótico, no mundo do útero de nossa mãe. Ao nascermos, temos que respirar, sentir dor, frio e fome; sentir a dureza do mundo.
É uma tremenda transformação tanto psicológica como física, que não pode deixar de acontecer, nossa vida depende dessa transformação, desse feito extraordinário.
Certamente seria um ato heroico se fosse realizado conscientemente. Só não o é pois, de nossa parte, foi feito “sem querer”.
A mãe também atendeu a um chamado, abandonou a segurança de ser filha e protegida para se tornar mãe e protetora, percorreu uma jornada e, ao final, realizou um feito extraordinário: deu vida a você!
Isso muda toda a vida de uma mulher, para sempre.
No passado não tínhamos a medicina como agora, o trabalho de parto era uma situação muito arriscada, tanto para a mãe como para o bebê. A mãe literalmente arriscava sua vida em benefício da vida do filho; e ainda hoje o faz.
Digo ‘impressão” no sentido de copiar, imprimir, extrair a partir de um molde. O parto imprime, ou melhor, desperta na mente desses dois heróis, a mãe e seu filho, alguns arquétipos que ficam lá no fundo do nosso inconsciente.
O recém nascido estava na situação de total proteção no útero de sua mãe. Lá tinha tudo, conforto, alimente, calor, companhia. Então temos esse arquétipo da “mãe protetora” que se reafirma durante toda a infância. Um pouco mais adiante, se tudo correr bem, também surge a figura do pai protetor.
Da parte da mãe temos a noção do sacrifício. Ainda hoje o parto é algo penoso e dolorido. Imagine a milênios atrás, quando o nascimento de nós, os humanos, não era muito diferente do nascimento dos outros animais.
O bebê é totalmente dependente e egoísta, não por maldade, claro, mas por necessidade, por estar no início da jornada do aprendizado. A mãe, ainda mais se for seu primeiro filho, passa para um tipo de consciência mais elevada, mais generosa, cuidadora e amorosa.
Mais adiante, quando já estamos nos aproximando da idade adulta, passamos por outro desafio: deixar de ser criança e assumir as responsabilidades de um adulto.
No passado, o bem estar de todo o grupo dependia dessa passagem. Nessas sociedades tribais havia um ritual de iniciação onde a criança é compelida a desistir da infância e se tornar um adulto. Era como se a criança morresse para então nascer a mulher ou o homem adultos.
No início da humanidade a vida era dura, todos tinham de colaborar a seu modo. A segurança e alimentação de todos, adultos, crianças e idosos, dependia de todos os adultos. Não era permitida a ociosidade para quem já havia atingido a idade madura. Todos tinham que colaborar.
Nesses tempos essa passagem deveria ser feita ainda muito jovem se compararmos com os dias de hoje. Atualmente, nossa sociedade permite, se a condição financeira for favorável, que o jovem somente estude até uns 18 anos e faça uma faculdade e, muito possivelmente, aos 30 35 anos ainda não terá independência total.
Tudo isso necessita, num sentido figurado, da morte e da ressurreição.
Esse é o sentido da jornada do herói: abandonar uma determinada condição, vencer desafios, os medos internos e nos conduzir a uma vida espiritualmente mais rica e madura.
Essa jornada sempre será cheia de perigos e provações. O pretenso herói precisa provar que é capaz de realizar o que é necessário. Você pode até dizer quando faz 18 anos: “Agora sou um adulto, ninguém mais manda em mim. Posso fazer o que eu quiser.”
Tornar-se independente é apenas parte da tarefa. Além disso você precisa deixar o egoísmo de lado e ser cooperativo com o próximo. Fazer parte do todo.
A humanidade, assim como qualquer espécie de vida, animal ou vegetal, tem como objetivo continuar existindo e para isso é necessário deixar descendentes. Ou seja, é preciso ter filhos! A melhor solução para essa tarefa, pelo menos até o momento é constituir uma família.
Parece complicado e desafiador. Mas não tenha medo, isso já foi feito milhares de vezes. Existe um molde para isso.
Para o estudioso de mitos Joseph Campbell, todos os heróis são variações de um mesmo herói da antiguidade, o monomito. Ele estudou mitos em todo o mundo, de todas as culturas e concluiu que todos seguem um ciclo comum, a jornada do herói.
Esse ciclo começa e termina em nosso mundo “normal”, mas a sua missão se desenrola num mundo especial, desconhecido. Em sua jornada o herói enfrenta uma série de desafios.
Lá está uma pessoa comum em seu mundo, no seu dia a dia. De repente, algo acontece: ele recebe um chamado, uma mensagem misteriosa, um convite, um desafio.
A princípio nosso personagem fica na dúvida: seria um bom negócio sair da segurança do meu dia a dia para enfrentar um mundo desconhecido e cheio de perigos? E se eu decidir que vale a pena, será que estou a altura dessa empreitada?
Nosso futuro herói precisa de ajuda para poder realizar essa grandiosa tarefa. Alguém mais velho, mais sábio, mais experiente.
Esse sábio orienta nosso herói sobre o que precisa saber para enfrentar os desafios que estão pela frente. Além do aprendizado, eventualmente pode receber de seu mestre algum objeto que lhe ajude a se orientar no desconhecido ou para se defender de inimigos: uma espada, uma poção, uma embarcação, ou algum poder especial.
O herói cruza o portal que separa seu mundo normal e seguro e esse outro mundo especial e desconhecido, iniciando sua aventura.
Ser herói não é para qualquer um, é uma vida dura. Então, nosso herói é testado: precisa solucionar um enigma, derrotar um monstro, escapar de uma armadilha.
Chega o momento de enfrentar seu maior medo, seu desafio final.
Mas o oponente é muito forte e poderoso, nesse primeiro combate nosso herói leva a pior, é ferido, precisa recuar.
É a hora mais negra do nosso herói. Ele enfrenta a morte, pode até mesmo morrer. Mas então ele renasce com mais força.
Nosso herói consegue derrotar seu maior inimigo: aquele monstro invencível.
Inimigo derrotado, chegou a hora de reivindicar seu prêmio, algum tesouro ou um reconhecimento especial como um reinado ou um poder.
Esse desfecho pode variar entre as histórias. Os monstros reconhecem seu poder ou podem persegui-lo enquanto ele foge desse mundo estranho.
Nosso personagem, agora um herói de verdade, consegue retornar de toda essa aventura ao seu mundo normal, são e salvo.
Essa missão muda nosso herói, ele agora é mais sábio, mais experiente. Nosso personagem não é mais o mesmo uma vez que agora ele é um herói.
Tudo está resolvido. A vida volta ao normal, mas agora em um nível mais elevado.
Esse ciclo pode se iniciar de manhã, quando acordamos, e terminar quando formos dormir: um problema do dia a dia que resolvemos recorrendo a alguém para nos dar uma dica, estudamos o assunto, nos preparamos. Tentamos, erramos, persistimos e, finalmente, conseguindo resolver. Ao final do dia você volta para casa, cansado mas satisfeito por ter resolvido o problema. Sem drama.
Agimos com mais segurança, com mais autoconfiança quando estamos bem preparados. O preparo faz o medo deixar de ser um obstáculo: o medo passa a ter sua função real que é a de fazer que fiquemos de olhos bem abertos, precavidos e preparados para algum fato inesperado que possa causar o fracasso do nosso objetivo.
Quantos filmes você já assistiu que tem exatamente esse enredo? Matrix? Jogos Vorazes? Henry Porter, Senhor dos Anéis? Batman? Super Homem? Star Wars? A lista é imensa.
O cinema, a literatura, as histórias em quadrinhos e até o games usam em sua estrutura narrativa a fórmula do mito do herói, muitas vezes sem que o autor tenha consciência disso.
Os heróis sempre existiram, em todas as épocas, em todas as culturas e continuam sendo atualizados, ganhando novas roupagens. Mas a estrutura da história continua a mesma.
Porque somos humanos, como eles. Porque refletimos, pensamos sobre nosso mundo através de histórias simbólicas que refletem nossas própria vidas.
Precisamos sair de nossa zona de conforto e enfrentar desafios. Fazemos isso o tempo todo. Não enfrentamos monstros poderosos como acontece nos mitos heroicos mas enfrentamos problemas assustadores da mesma forma. São essas experiências que nos transformam. Nos recuperamos e seguimos em frente, até o próximo desafio.
Uma entrevista de emprego? Uma prova de uma matéria difícil? Aproximar-se da pessoa que você tem paixão? O amor?
Será que esse mito não nos ajudaria a solucionar nossos medos, a enfrentar nossos desafios?
Nas sociedades antigas, onde surgiram os primeiros mitos, os primeiros heróis, a vida era bem mais difícil. As pessoas tinham que proteger umas às outras. Todos dependiam de todos. Não havia lugar para o individualismo e egoísmo, muito menos para comportamentos parasitários como hoje em dia.
Era uma época onde não havia excedente. Tudo que era colhido e caçado era consumido no mesmo dia ou, no máximo, nos dias seguintes.
Não vamos vangloriar o mito do bom selvagem, como uma criatura cheia de bondade, intrinsecamente boa, mas sim assinalar a questão da sobrevivência - vale a famosa frase “a união faz a força”.
Não quero dizer que agora a vida seja fácil. Mas em nossa sociedade atual a vida se tornou mais segura, confortável e até mesmo mais previsível que no passado. Principalmente se tivermos uma razoável situação econômica.
E há o Estado (também chamado de “governo” apesar de serem conceitos diferente), que de certo modo desempenha o papel de pai protetor, provendo segurança, saúde gratuita, ensino gratuito, mesmo que deixem a desejar mas é melhor do que nada.
Essa proteção do estado é boa e até mesmo necessária e fundamental para muitos, mas pode nos levar a achar que devemos ser sempre servidos e não servir aos outros.
A situação onde apenas recebemos pode nos tornar individualistas e, num extremo, e egoístas. É muito comum hoje em dia achar que quem deve resolver o problema da pobreza é o estado, afinal, é o pai que resolve o problema de seus filhos.
É a terceirização da compaixão.
A grande conquista da humanidade foi o excedente, quando produzimos mais do que precisamos. Isso aumenta a riqueza disponível permitindo que parte da população se dedique à arte, à ciência e outras atividades que não estão ligadas diretamente à sobrevivência.
Mas esse excedente também permite que as pessoas não dependam diretamente das outras. Hoje dependemos da sociedade como um todo, nem sempre dependemos diretamente de nossos parentes e amigos como outrora. Isso dá a sensação que somos auto suficientes, que não dependemos de ninguém, só de nosso trabalho.
E para chegarmos a conclusão que precisamos dessa transformação, muitas vezes precisamos passar por privações.
A vida boa e folgada nos leva à acomodação. Não mudamos quando tudo vai bem. Alguma coisa precisa dar errado para que a gente perceba que é preciso deixar nossa zona de conforto e partir para uma jornada que nos leve a uma transformação para melhor.
Esse ditado descreve a trajetória de muitas famílias onde o avô, de origem humilde mas muito decidido e com alguma sorte, constrói um patrimônio, que pode ser uma fábrica, uma fazenda ou outro tipo de negócio.
Seus filhos nasceram nessa fase de luta e privações mas, ao chegarem à idade adulta, já desfrutam dos bens conquistados pelo pai . Por terem esse exemplo de luta, esforço e abnegação, geralmente de dedicam ao negócio do pai e o levam ainda mais adiante.
Já os netos do avô fundador, que nasceram em “berço de ouro”, não passam pelas dificuldades e a labuta das duas gerações que os antecederam. Não são submetidos a nenhum tipo de privação.
Não é uma regra geral mas é muito comum que a terceira geração não participe dos negócios da família com a mesma intensidade dos pais e dos avós.
Isso confirma o que as três grandes religiões do ocidente pregam: que não há recompensa sem renúncia, sem pagar um preço.
O Alcorão diz: “Você acha que pode ter acesso ao Jardim das Delícias sem passar pelas mesmas provações daqueles que o antecederam?”
E Jesus diz, no Evangelho de São Mateus: “Grande é a porta e estreito o caminho que conduz à vida, e poucos os que o encontram”.
Os heróis da tradição judaica enfrentam duros testes antes de chegar à redenção.
Você não precisa ser religioso para admitir que as dificuldades são o grande motor da evolução da humanidade.
Quanto a primeira afirmação, sim, podemos evoluir sem sofrimento desde que tenhamos uma orientação, aquele sábio que nos empurra a encontrar o caminho para sermos melhores.
A segunda afirmação também não é verdadeira, pois se assim fosse, não haveria pobreza e sofrimento, bastava que todos sofressem um pouquinho e, com o tempo, todos passariam para uma melhor situação.
Finalizando, o sofrimento não é uma virtude: claro que muito do sofrimento é devido às imperfeições de nossa sociedade, neste caso o sofrimento não é culpa de quem sofre, mas culpa do mau funcionamento da sociedade em que vivemos.
Mas o sofrimento pode ser um sinal de ineficiência com a vida, a pessoa passou grande parte da vida apenas “curtindo” e não preparou seu futuro. Chega um momento que ela colherá o que plantou, ou melhor, não colherá nada ou só ervas daninhas pois nada plantou.
O sofrimento também não deve ser usado como justificativa: “a vida é assim mesmo, não adianta querer mudar” isso não vale!
Veja a fábula da formiga e a cigarra.
Muitos fracassam. O importante é não ter a pretensão de realizar algo além do que podemos realizar. Melhor um passo de cada vez.
Também é importante dizer que essa melhoria de condição não quer dizer necessariamente a obtenção de bens materiais ou de poder. Na verdade a evolução da sua consciência ou, se desejar, da sua espiritualidade, pode ser o mais importante. Não é difícil encontrar pessoas de vida simples muito felizes e outros cheios de posses e poder mas muito infelizes.
Mas não vamos cair nessa de dizer que “a riqueza não traz felicidade, que pessoas ricas não são felizes”. Cuidado! Isso pode ser apenas uma desculpa para você justificar o seu fracasso.
Precisamos tomar um certo cuidado quanto a considerar um personagem ou pessoa real como um herói. Será que seu ato foi realmente heroico?
Imagine um grande militar que foi à guerra e retornou com grandes conquistas. Foi aclamado pelo seu povo e considerado herói da pátria. Mas o que ele realmente fez?
Temos duas situações:
A primeira situação é que ele foi à frente de seu exército defender seu povo da agressão de uma outra nação. Nem ele nem seu povo provocaram a guerra, ele e seu exército estão a defender a pátria.
Na segunda situação, nosso pretenso herói está motivado pela conquista, ele quer o poder, dominar outras nações. Ele e seu exército atacam e submetem outras nações e voltam envoltos de glória. Também são aclamados como heróis.
Mas a diferença entre esses dois “heróis” é que o primeiro luta pela defesa da liberdade de seu povo, é um motivo justo e moralmente correto: não se deixar dominar por um agressor. É um caso de auto defesa.
Já no segundo caso, a motivação é oposta, ele quer o poder, agredir, dominar os outros através da violência. Mas a história mostra que ambos ao retornarem da guerra são recebidos como heróis.
Por esses dois exemplos podemos dizer que o herói de um é o monstro do outro, principalmente no segundo caso onde o agressor volta para casa como herói mas, para os agredidos, ele é considerado inimigo, um ser terrível.
No primeiro caso me parece legítimo considerá-lo como herói, pois ele apenas defendeu sua nação da agressão.
Podemos também notar que os soldados dos dois lados deram a vida por uma causa, tanto do lado agressor como do lado que apenas se defendia. Mas devemos levar em consideração se a causa pela qual eles se sacrificaram realmente valia a pena.
Mas tem outras possibilidades, uma delas bastante comum e moralmente detestável: é inventar um inimigo, dizer que alguém ou um grupo trama contra nós e assim justificar um ataque. Na guerra e na política isso é muito comum.
Porém, em ambos os casos, o mais correto seria chamar esse grande militar de líder.
Geralmente esses generais apenas coordenam as ações de longe. Os verdadeiros heróis são aqueles que combateram, os que arriscaram e muitas vezes perderam suas vidas por uma causa, em nosso primeiro caso, a defesa dos seus parentes, amigos e concidadãos.
O líder é em certo sentido alguém que se dá conta do inevitável e se coloca à frente do grupo ou da sociedade. De certo modo ele é aquele que percebeu o que podia ser realizado e o fez.
Sabemos que no princípio o ser humano não dominava o fogo. O fogo facilitou muito a vida dos homens. Aliás o fogo se tornou uma “ferramenta” muito antes de nossa espécie, o Homo Sapiens, andar sobre a face da terra. Os autores dessa façanha foram os Homo Erectus, nossos ancestrais (desde que você considere a Teoria da Evolução de Charles Darwin válida) há muitos milhares de anos atrás.
O fogo nos aquece e nos protege dos perigos da escuridão, afasta os animais ferozes. Facilita alimentação, alimentos cozidos são mais saudáveis e são digeridos mais facilmente. Ajuda na caça, na confecção de utensílios de cerâmica e muito mais.
Você consegue imaginar a vida sem o fogo? O fogo sempre teve grande valor para a humanidade.
Pois é, há uma lenda na Grécia Antiga (mais uma) onde Prometeu roubou o fogo dos deuses para levá-lo para humanidade, trazendo como consequência e benefício a civilização. É o momento que a espécie humana se diferencia dos animais.
Os antropólogos, os que estudam as origens e evolução do homem e sua cultura, consideram o uso do fogo como um fator muito importante para a evolução humana.
O roubo do fogo é um mito universal, não só da Grécia, tendo várias versões diferentes. Em muitas delas são os animais ou um pássaro ardiloso, que rouba o fogo e o vai passando a outros animais que se revezam correndo. Muitas vezes eles se queimam pelas chamas e se diz que é isso que causa suas cores diferentes.
Bem, no caso de Prometeu, contando resumidamente a sua história, ele rouba o fogo dos deuses e o leva aos humanos e por isso é castigado, pois o fogo era um elemento exclusivo dos deuses. Prometeu não era um homem normal, ele era um Titã, um antepassado dos deuses da Grécia Antiga.
E como não era um ser humano comum, ele teve um castigo bem incomum e doloroso: ele foi acorrentado numa montanha e todos os dias uma águia comia-lhe o fígado. Como ele era imortal, ele sobrevivia e seu fígado se regenera para então ser comido novamente no dia seguinte.
Prometeu se encaixa no mito do herói pois ele se sacrifica pelo bem da humanidade
Agora imagine que Prometeu traz o fogo para a humanidade mas quer, em troca, que sejamos todos seus escravos. Ou nem mesmo isso, que ele apenas cobre um valor pelo uso do fogo.
Nessa situação, poderíamos continuar a considerá-lo como herói?
E isso vale para a sua jornada de herói. Faça bem ao próximo sem desejar nada em troca ou, pelo menos, faça de modo que ambas as partes sejam beneficiadas o mais igualmente possível.
Nossa sociedade é imperfeita, sempre foi e muito provavelmente sempre será. Nossa missão é fazer bem a nossa parte.
Alguns dos heróis da mitologia escolhem por sua vontade realizar certa empreitada enquanto outros não fazem essa escolha.
No primeiro caso, aquele que escolhe realizar a proeza, o herói se prepara física e emocionalmente para enfrentar os desafios que terá pela frente.
Para o outro, aquele que não escolhe ser herói, é a situação o leva ao heroísmo. Você se alista no exército por obrigação, não por seu desejo, mas de repente lá está você enfrentando a morte.
Em vez de narrar mais um mito da Grécia Antiga, vamos utilizar uma história recente como exemplo do herói por escolha e do herói por acaso. Ela vem dos cinemas, trata-se do primeiro filme da série Guerra nas Estrelas (Star Wars) de 1977. É uma narrativa moderna que possui a mesma estrutura dos mitos antigos.
Se você não assistiu esse filme, lá vai um resumão.
A nave onde a Princesa Leia se encontra é dominada por uma nave do Império do Mal. A Princesa tem informações importantes sobre os planos do império do mal. Ela grava essas informações em um robô (R2-D2) que escapa da nave junto com outro robô (C3-PO) evitando que essas informações fossem capturadas e destruídas. A princesa é aprisionada. A nave com os dois robôs cai em um planeta distante.
Nesse planeta os dois robôs são capturados por habitantes do deserto. Os soldados do mal estão a procura dos dois robôs.
Na verdade R2-D2 levava, junto com a mensagem de socorro da princesa, o projeto da “Estrela da Morte” uma estação espacial bélica criada pelo Império Galáctico que tinha o poder de destruir um planeta com um único raio. As forças do mal temiam que esses planos pudessem revelar algum ponto fraco nessa arma se caíssem nas mãos dos rebeldes.
Luke Skywalker é um jovem fazendeiro desse planeta. Nesse ponto nosso futuro herói está no “mundo comum” e é um ser humano como todos nós. O sonho de Luke, como da maioria dos jovens era ir para a Academia (Universidade)
Seu tio compra dois robôs, R2-D2 e C3-PO.
No robô R2-D2, Luke encontra a mensagem da princesa Leia pedindo ajuda a Obi-Wan Kenobi. Obi-Wan mora nesse planeta e é considerado um bruxo.
R2-D2 escapa e vai em busca de seu proprietário. Luke, mais o outro robô C3-PO, vai atrás de R2-D2. Eles são atacados no deserto pelo Povo da Areia e são salvos por Obi-Wan Kenobi.
Obi-Wan, um cavaleiro Jedi (diz se jedai), conta a Luke sobre sua amizade com seu pai, Anakin Skywalker, que seu pai também era um cavaleiro Jedi. Luke recebe de Obi-Wan o sabre de luz que pertencera ao seu pai. Conta como seu pai fora traído e assassinado por Darth Vader, um lorde Sith que se aliou ao império do mal.
Nesse momento conseguem ver a mensagem completa gravada em R2-D2. A mensagem dizia que eles deveriam ir ao planeta Alderaan para levarem os planos da Estrela da Morte aos rebeldes que lutam contra o império.
Obi-Wan tenta convencer Luke a ajudá-lo pois estava muito velho para empreitada. Para isso se oferece para treiná-lo como cavaleiro Jedi.
A princípio Luke se recusa, afinal era uma proposta que envolvia muito risco e isso não parecia uma boa ideia, não queria abandonar seus tios que o haviam criado. Além disso não se sentia capaz de realizar tal tarefa. Mas, ao voltar à fazenda, descobre que seu tio e tia foram mortos pelos soldados do mal que estavam a procura dos dois robôs.
Luke fica revoltado com a cena da fazenda destruída e seus tios mortos. Percebe que sua missão é lutar contra o império do mal.
A jornada, os aliados, o treinamento.
Luke, Obi-Wan e os dois robôs contratam Hans Solo e seu co piloto Chewbaca , contrabandista dono da nave espacial Millennium Falcon que os levariam até Alderaan.
Durante a viagem, Obi-Wan treina Luke sobre controle da Força e o manejo do sabre de luz.
Obi-Wan conta sobre A Força:
"A Força é o que dá poder ao Jedi. É um campo de energia criado por todos os seres vivos, ela nos envolve e penetra. É o que mantém a galáxia unida."
A Força seria um campo de energia que conecta todos os seres vivos da galáxia. Esse poder poderia ser utilizada por pessoas sensíveis a ela. O conceito de Força era conhecido a mais de 25.000 anos. Os principais praticantes da força eram a Ordem Jedi como Obi-Wan e os Sith como Darth Vader.
A Força poderia ser utilizada para diversos propósitos com a proteção, influenciar o pensamento dos outros (persuasão), sabedoria, ver o futuro,manipulação da matéria e grandes feitos físicos. Podia também manter a consciência depois da morte como veremos no desenrolar desta história.
Entretanto essa força possuía um lado sombrio. Esse lado sombrio poderia ser utilizado para fazer o mal. Darth Vader era um dos que haviam ido para o lado sombrio da Força.
A força era considerada por muitos como apenas uma superstição, um tipo de bruxaria. Darth Vader era tido como único praticante da força ainda vivo.
A força era, portanto, considerada apenas um mito por alguns e como fato científico para outros. Era Mythos para alguns e Logos para outros
Enquanto isso, o Império tenta a todo custo obter da princesa o nome do planeta em que os rebeldes estão. A princesa resiste . Para forçar a princesa a revelar o nome do planeta e demonstrar todo o poder da Estrela da Morte destroem o primeiro planeta que encontram pela frente, sem saberem esse planeta era justamente Alderaan o planeta dos rebeldes.
Luke e seu grupo chegam à Alderaan mas encontram apenas os destroços do planeta. São capturados pela Estrela da Morte.
Dentro da nave inimiga, nossos heróis conseguem escapar, pelo menos momentaneamente. Obi-Wan se separa do grupo para tentar liberar a nave que estava presa ao raio trator da Estrela da Morte. Nesse momento Obi-Wan revela a Luke que ele tem uma importante missão e que a força estava com ele.
Bem, nem todos são heróis, pelo menos por enquanto, R2-D2 descobre que a princesa está na nave e que será executada. Luke decide ir salvá-la mas Hans se recusa a ajudá-lo: “Já fiz muito mais do que o combinado. Se alguém for morrer que seja ela, não eu”.
Para convencer Hans a ajudá-lo, Luke diz que ela é muito rica e que certamente recompensaria com grande fortuna se a salvasse. Hans acha essa possibilidade muito interessante e “topa” ajudar Luke.
Muitos tiros e raios depois conseguem chegar até a princesa. Para isso usam um recurso muito engenhoso: Luke e Hans nocauteiam dois guardas e se disfarçam vestindo as armaduras dos guardas e fingem que estão levando Chewbaca como prisioneiro. Assim, eles vão até o setor da nave onde ficam os prisioneiros e encontram a princesa. Entretanto são descobertos e encurralados. A única saída foi pular na tubulação do lixo. Incrível como é ruim a pontaria dos caras do mal.
No depósito de lixo Luke é capturado por um monstro que lá vivia e enfrenta a morte certa quando, inexplicavelmente, o monstro o solta. “Tem algo errado”, disse Hans e, em seguida, as paredes do depósito começam a se mover: estavam no compactador de lixo, seriam esmagados. No último instante R2-D2 detém o compactador e os liberta.
Enquanto isso Obi-Wan consegue desativar o raio trator que aprisionava a nave de Hans.
Darth Vader já havia pressentido a presença de um Jedi por perto apesar de todos acreditarem que ele seria o último dos que tinha o poder da Força. Agora estavam frente a frente, Obi-Wan e Darth.
Obi-Wan luta cotra Darth. Darth mais jovem e mais forte domina a luta. O combate atrai a atenção dos soldados do mal e Luke, Hans, a princesa e os robôs observam o combate sem serem vistos. Obi-Wan percebe a presença de Luke e sorri.
Então algo de inexplicável acontece, Obi-Wan baixa a guarda como se estivesse se entregando. Darth Vader desfere um golpe mortal mas, em vez de Obi-Wan ser ferido e morto, seu corpo desaparece, restando apenas suas roupas vazias no chão.
Na verdade Obi-Wan não foi morto. Antes disso ele se juntou à Força para evitar a morte da sua consciência.
Os soldados percebem a presença de Luke e seus amigos já próximos da nave. Mais tiros e mais falta de pontaria da turma do mal. Luke ouve a voz de Obi-Wan: “Corra Luke, corra” e Luke se junta aos amigos no interior da nave.
Na Millennium Falcon, exaustos, Luke não se conforma com a “morte” de Obi-Wan. Na fuga são perseguidos novamente pelas naves do Império e conseguem se safar. Mas eles não sabiam que a turma do mal havia colocado um rastreador na nave.
Hans demonstra todo seu interesse em dinheiro discutindo com a princesa sobre o pagamento dos seus serviços, e que não dá a mínima para a revolução contra o Império do Mal. “Duvido que se importe com algo ou com alguém” diz a princesa sobre Hans.
Chegam ao planeta onde parte das tropas dos rebeldes estava escondida. Analisam as informações que estavam gravadas em R2-D2 e descobrem um ponto vulnerável na Estrela da Morte que só poderia ser atingido por uma pequena nave de caça. Tratava-se da entrada de uma tubulação que levava ao reator da nave. Uma abertura de apenas dois metros.
Os projetistas da Estrela não imaginavam ser atacados por naves pequenas e não se preocuparam com essa vulnerabilidade.
Hans Solo, que já havia cumprido o combinado, recebe sua recompensa e vai embora. Afinal, ele era apenas um contrabandista e se interessava somente pelo dinheiro.
A Estrela da Morte, seguindo o sinal do rastreador colocado na nave de Hans, se aproximava do planeta. Luke também pilota uma nave de ataque tendo R2-D2 como seu copiloto. Novamente ouve a voz de Obi-Wan dizendo: “Luke, a força está com você”
Os rebeldes iniciam o ataque à Estrela da Morte, ficam impressionados com o tamanho da arma, esférica, enorme, parecia uma lua.
Darth Vader despreza o poder dos rebeldes, apenas 30 naves pequenas, seriam rapidamente exterminadas.
Muitas das naves rebeldes já tinham sido abatidas sem que a conseguissem destruir a Estrela da Morte. Darth Vader pilota pessoalmente uma das naves do Império e destrói uma a uma as naves dos rebeldes.
A Estrela da Morte se aproximava do planeta rebelde para aniquilá-los.
Só restava a nave de Luke, que então ouve novamente a voz de Obi-Wan: “Use a força Luke, Deixe-a fluir, confie em mim.”
Luke, após ouvir essa mensagem, dispensa o visor digital, desliga o computador de sua nave e começa a pilotar “no braço”. O pessoal da base entra em desespero: “o que está acontecendo?”
Nesse momento o planeta dos rebeldes fica ao alcance da Estrela da Morte. Luke seria a única salvação mas tinha o poderoso Darth Vader nas suas costas.
Darth Vader havia matado seu pai e Obi-Wan e agora seria sua vez.
Darth Vader tinha Luke na mira e, no momento do disparo… Yuhuuu! aparece Hans Solo que atinge a nave de Darth fazendo-o perder o tiro deixando sua nave fora de controle.
“Você está livre! Arrebente essa coisa e volte para casa!” Disse Hans a Luke.
Luke se concentra e dá o tiro certeiro que destrói a Estrela da Morte.
“Lembre-se, a força sempre estará com você. Sempre” Novamente a voz de Obi-Wan Kenobi.
De volta ao planeta, todos comemoram muito, incluindo Hans que retornara para salvar Luke.
Luke, Hans e Chewbaca são condecorados em uma grande cerimônia, recebem medalhas de honra da princesa Leia.
FIM
Esse filme mostra os dois tipos de heróis que nos referimos: Luke que escolhe realizar a empreitada, recebe um treinamento e parte em sua jornada, e Hans, que era apenas um interessado na fortuna mas que no último momento realiza um ato heroico colocando sua vida em risco para salvar o amigo.
Esse filme tem tanto sucesso e marca quem o assiste justamente por tratar de temas que estão com a humanidade desde sempre. A luta do bem contra o mal, a ideia de sacrifício pelo bem dos outros, a demonstração de caráter e coragem.
Mostra também e principalmente a transformação das pessoas para melhor ao realizarem proezas, atos de coragem e resolvendo desafios.
Luke era apenas um fazendeiro num planeta desolado. Recebe um chamado: a mensagem de socorro da princesa Leia enviada a Obi-Wan Kenobi. A princípio recusa o chamado de Obi-Wan por não se achar capaz de enfrentar tal desafio, preferindo ficar em seu ambiente seguro e conhecido. Mas um fato repentino e drástico: a destruição de sua fazenda e a morte de sua família pelas tropas Imperiais. Esse acontecimento o faz sair da sua zona de conforto e desfaz sua hesitação e fraqueza.
Todos nós preferimos a segurança de um ambiente conhecido e da rotina do dia a dia, todos muito iguais e sem novidade, mesmo que isso nos faça sentir incomodados. Muitas vezes sentimos que queremos mudar mas parece que nos falta coragem e energia ou mesmo uma direção a seguir. Só nos movemos se formos empurrados por algum acontecimento radical que nos tire dessa mesmice.
No caso de Hans a transformação é ainda maior. Hans era um mercenário e contrabandista que tinha uma visão não muito positiva de si mesmo, era um materialista. Mas era um sujeito bom, ainda que não soubesse disso. A aventura despertou esse lado bom do seu caráter que ele desconhecia.
Hans mostra que todos nós temos esse lado bom. Despertar essas boas qualidades é nossa tarefa e, às vezes, precisamos de uma situação de superação para trazer à tona esse lado bom, suplantando o lado mais baixo de nossa natureza.
Obi-Wan Kenobi é a manifestação do arquétipo do mentor, do sábio. Sua função é fornecer ao futuro herói herói as habilidades e ferramentas necessárias para realizar a tarefa.
Obi-Wan treina Luke na arte Jedi e lhe dá a Luke o sabre de luz do seu pai, objeto que será muito importante em determinado momento desta saga, em outro episódio.
O treinamento Jedi faz com que Luke dispense os recursos tecnológicos de sua nave para atingir com sucesso o ponto fraco da Estrela da Morte.
Tanto o sabre de luz como os conselhos e o treinamento fornecidos por Obi-Wan Kenobi serão necessários quando Luke for enfrentar o lado escuro da força nos demais episódios da série.
Obi-Wan também representa o arquétipo do herói ao se sacrificar permitindo que Luke e seus amigos escapem da Estrela da Morte. Obi-Wan também representa de certo modo para Luke a figura do pai.
Em nossas vidas, o arquétipo do mentor está relacionado com nossos pais, que nos dão conselhos e nos orientam baseados em suas experiências passada. Isso nos permite não cometer os mesmos erros de nossos pais e assim atingirmos a maturidade mais rapidamente.
No caso de Luke, que não conhecia o pai biológico, Obi-Wan desempenha essa função.